*Por Mário S. Spinola Jr.
Certo dia fomos pegos de
surpresa com a notícia de que o filho de uma professora, nossa colega de
trabalho havia cometido suicídio. Rapaz jovem, belo e saudável acabou tirando
sua vida e nos deixando perplexos e cheios de interrogação.
Diante deste fato, resolvi
fazer uma pequena pesquisa relacionada ao assunto. Buscando a tentava de
entender como filósofos, religiosos e até mesmo pessoas comuns imaginam o que
levaria uma pessoa a dar fim a sua própria vida.
Definição
Dentre as definições de
suicídio, resolvi escolher a seguinte: _ Cometer um ato que assiste em por fim intencionalmente à própria vida.
São muitos os motivos
que pode levar o indivíduo a por fim a sua própria vida, entre elas estão
os fatores psicológicos e sociais.
A Visão dos Filósofos
a) Para alguns filósofos
o suicídio é uma prática condenável por considerarem que dar fim a sua
própria vida não é um direito humano. Enquanto que outros além de considera
esta prática
aceitável, chega a julgá-lo como um ato
nobre.
b) Na visão do Cristianismo, o ato de dar fim a própria vida é pecado
e suicidar é negativo dentro da visão daqueles que seguem a referida religião
que fora influenciada pelo ocidente religioso. “ Dentro da filosofia judaico-cristã tradicional, qualquer tipo de
assassinato é absolutamente condenável e, portanto, matar-se também é”.Revista
Filosofia, Ciência e Vida). Na concepção desta corrente, tirar a vida é infringir o quinto
mandamento “não matarás”.
c) Os filósofos Santo Agostinho (354 – 430) e São Tomás de Aquino (1225 –
1274) condenavam o suicídio em seus textos. E John Lacke (1632 – 1704) dizia
que Deus nos dá a liberdade pessoal, exceto a liberdade para nos matarmos.
Defensores do suicídio
Michel de Montaigne,
escritor francês (1533 – 1592), defende o suicídio em seus ensaios. Ele
argumenta que não vale a pena prolongar ao mal. Sendo que, ter uma vida sofrida,
cheia de problemas, e que espalha a infelicidade aos outros merece o suicídio.
Sendo este uma maneira de evitar passar o mal aos outros.
Os utilitaristas (é a variedade mais conhecida do consequencialismo.. Eles não admitem a
necessidade de princípios morais. Eles acreditam que a visão
correta é ser feliz). Acham que não existe
nenhum erro em tirar a própria vida, uma vez que cada um tem o direito de
autonomia sobre sua própria vida. Dentre os seguidores desta corrente, uma
linha mais leve afirma que o suicídio só seria condenável se causar sofrimento
aos que ficam.
Na cultura dos samurais, o
suicídio era uma forma honrosa de punir-se por alguma falha e assim defender a
honra da família (retirado da Revista Filosofia, Ciência e & Vida
– pág. 11 – Ano IV – n. 39)
A frase acima é do
existencialista e escritor Albert Camus (1913 – 1960). Ele considerava o
suicídio uma grande questão filosófica de nosso tempo.
São vários os filósofos,
intelectuais, atores, atrizes e políticos que não conseguiram enfrentar suas
dúvidas e conflitos e tiraram suas próprias vidas.
Filósofos:
a) Filósofos: Xenócrates (406 a.C. – 314 a.C.) Era seguidor de
Platão, suicidou-se aos 86 anos, procurando manter coerentes as suas idéias no
livro Tratado de Morte de sua própria autoria.
b) Walter Benjamim (1892 – 19400 Filósofo e ensaísta alemão de ascendência
israelita, suicidou-se ingerindo morfina.
c) Gilles Deleuze (1925 – 1995) Filósofo francês. Após vários sofrimentos
de origem respiratórios, aos 70 anos, atirou-se pela janela do seu apartamento
em Paris.
Políticos, atores e atrizes
a) Getúlio Vargas, Adolfo Hitler (1889 – 1945), Cleópatra e seu
marido Marco Antônio. Os artistas: Marilyn Monroe, Jimi Hendrix
(supostamente ) , Vincent Van Gogh.
b) Na literatura: Virginia Woolf dentre outros.
Alguns Suicidas famosos
Pensamentos sobre o tema:
"Não é que o Suicido seja sempre uma loucura.
(...) mas, em geral, não é num acesso de razão que nos matamos" (Voltaire)
"A idéia do suicídio é um consolo poderoso:
Com ela se consegue superar bem muita noite ruim" ( Nietzsche, 2008, p.
104)
Considerações:
Mesmo os adeptos do Cristianismo e alguns filósofos
sendo contrário ao suicídio. Enquanto, alguns filósofos defendiam o
ato de tirar a própria vida como defesa da honra e alívio do sofrimento.
Mesmo quando vários filósofos, artistas e políticos chegaram ao suicídio.
Algumas coisas ninguém pode negar. Sendo elas, a dor, o vazio e o
sofrimento de parentes e amigos que ficam. Uma dor insuportável, inconsolável e
irreparável.
A gente
fica tentando entender o motivo. Dá uma vontade de “ se possível entrar na
mente” daqueles que resolvem dar cabo de sua própria existência. No
entanto, nada disso adianta. Sendo impossível, mesmo ainda quando esta
pessoa vivia. É certo que nem mesmo o tempo pode responder a tal
interrogação.
Na verdade, a dor da perda, seja ela por suicídio, acidente ou
mesmo morte natural acaba sendo mascarada com o passar do tempo. Porém
esquecida jamais.
Nota: Usado como base a revista Filosofia, Ciências & Vida - Ano IV - N.39.
*Mário Souza Spinola Jr. É Licenciado em Pedagogia,
Ciências Naturais e Matemática/Química pela UFM. Especialista em Psicopedagogia
Clínica e Educacional pela AVEC. Professor na Rede Pública Estadual.